Lúcia Vaz Pedro e o seu novo livro

por Aluno/a
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A autora estará presente na Sexta-feira dia 8 de manhã no Auditório da Secundária.  


Lúcia Vaz Pedro é professora de Português e Francês na Escola Secundária Inês de Castro, em Vila Nova de Gaia. Participou no grupo de trabalho parlamentar para a avaliação do impacto da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Formadora na área da Língua Portuguesa, tem vários artigos publicados no Observatório da Língua Portuguesa. Atualmente colabora com o Ciberdúvidas.

Como surgiu a ideia de escrever este livro?

A ideia deste livro surgiu como uma estratégia para tornar a aprendizagem do Português mais divertida. 

O título do livro é Camões conseguiu escrever muito para quem só tinha um olho. É um título da sua autoria ou foi uma expressão utilizada por um aluno?

Trata-se de uma expressão utilizada por um aluno durante uma aula.

Em que ano é que os alunos dão mais respostas disparatadas?

Em todos os anos, embora sejam disparates de índole diferente. Os mais engraçados são os do sétimo ano, pois estão associados a uma certa inocência. 

Qual foi o disparate que achou mais divertido?

Foi o de uma aluna ter confundido ‘bode’ com ‘body’, aquando da análise do ‘Auto da Barca do Inferno’, no 9º ano.

Do seu ponto de vista, por que razão (ou por que razões) é que os jovens portugueses estão hoje a dar tantos erros ortográficos e gramaticais?

Do meu ponto de vista, considero que os alunos leem pouco. Além disso, têm demasiada informação visual e auditiva. Isso faz com que tenham menos competências linguísticas e menos sensibilidade literária. 

Acha que a forma como os jovens trocam mensagens no telemóvel faz com que, necessariamente, passem a dar mais erros ortográficos?

Obviamente. O rigor da escrita treina-se todos os dias. Quanto melhor nos expressarmos, melhor nos faremos compreender. A correção linguística é um fator de sucesso social e deve ser tida em conta desde muito cedo.

Que tipo de atividades é que as escolas podem desenvolver para fomentar hábitos de leitura?

A escola pode fomentar visitas de autores, criar clubes de leitura, aconselhar os alunos a ler determinadas obras. A leitura é a base para um futuro de sucesso.

Os livros que lemos refletem-se na nossa personalidade?

Nós somos fruto dos livros que lemos. E quantos mais lermos mais ricos nos tornamos. Os livros partilham connosco universos coloridos, personalidades multifacetadas, paisagens imaginadas, exóticas, pormenorizadas, pensamentos, ideias, filosofias, sentimentos, emoções, dores, paixões. Os livros têm tudo dentro. Ler significa ter muitas vidas e vivê-las à nossa maneira, porque cada um lê e sente de forma diferente. Ler significa estar em todo o lado sem sair do lugar. Ser toda a gente sem deixar de ser a mesma pessoa. 

Quando andava no 8.º ano, que género de livros gostava de ler?

Gostava muito de ler Agatha Christie, Eça de Queirós, Júlio Verne, Sophia de Mello Breyner. 

O que é que está a faltar à literatura infanto-juvenil para que as crianças e os jovens comecem a ler mais?

À literatura infanto-juvenil não falta nada! Talvez as crianças devam abandonar os jogos on-line, os telemóveis e redescobrir a magia da literatura. 

Entrevista elaborada pelos alunos 

das turmas 8.º A, 8.º E e 8.º F,

sob supervisão da Professora Isabel Graça


NOTA: Foto de Move Notícias

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