Quando nos pusemos a caminho para a visita de estudo ao Laboratório Nacional do Medicamento (LNM), no âmbito da disciplina de Física e Química, acompanhados pelos professores Ana Isabel Santos (FQ) e António Fróis (BG), por certo alguns pensaram que a deslocação seria como as que fazem à Farmácia. Estavam enganados esses espíritos jocosos.
Deparámo-nos com uma autêntica fábrica, com linha de produção, com laboratórios e centro logístico a funcionar, paralelamente à farmácia. Rapidamente ficámos com a ideia muito clara da importância que o Laboratório Nacional do Medicamento tem para a política de saúde do nosso país.
Na verdade, o LNM, enquanto laboratório do Estado, tem a missão de contribuir para o desenvolvimento da investigação e produção de medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos de saúde.
As instalações situam-se na Freguesia da Portela na Avenida Dr. Alfredo Bensaúde, o que quer dizer a um quarto de hora da escola, a pé.
Lá chegados, fomos conduzidos do rés-do-chão ao segundo andar pelo Sr. Coronel Matias. Passámos por corredores decorados com medicamentos e instrumentos exemplares para além de prémios e fotografias das antigas instalações do laboratório.
Esta instituição assegura a gestão estratégica, produção, controlo e distribuição dos medicamentos (com o apoio ao SNS em situações de emergência ou escassez, de modo a que possam ser mobilizados a qualquer momento).
Integrado no Exército, o LNM apoia a segurança do país na logística farmacêutica, ações sanitárias e análises clínicas, bem como no apoio farmacêutico à família militar e aos deficientes das Forças Armadas. A sua direção está a cargo do coronel farmacêutico Ramalho da Silva.
A instituição recentemente demonstrou a sua enorme adaptabilidade, ao produzir diariamente os testes Covid-19 necessários assim como milhares de litros de gel desinfetante, durante a pandemia.
Tem um papel essencial na produção de medicamentos órfãos (os que tratam doenças pouco prevalentes) por reunir as condições de segurança que a sua produção requer. Salientam-se os 2 milhões de saquetas anualmente produzidas de Metadona, de que é o único distribuidor em Portugal, ajudando assim a recuperação de milhares de doentes toxicodependentes.

É também o único produtor de Isoniazida (antibiótico usado no tratamento a tuberculose) numa altura em que a Direção Geral da Saúde já definiu como prioritárias para os refugiados da guerra na Ucrânia, as vacinas contra a tuberculose, sarampo e poliomielite.
É de referir que o LNM é padrinho dos pinguins do Jardim Zoológico de Lisboa, fornecendo-lhes os antibióticos e os medicamentos necessários.
É de destacar o rigor e organização nas medições, ensaios e na utilização das máquinas. Em termos de segurança, felizmente nunca nenhum acidente grave aconteceu, mas neste aspeto existem vários equipamentos e estão definidos procedimentos rigorosos que se espera nunca venham a ser usados e aplicados.
As salas de logística, o processo de embalamento e os vários laboratórios despertaram muito interesse em nós e até fomos convidados a participar em estágios no futuro, abertos a alunos de cursos universitários, o que muito nos aliciou!
Apesar do tempo disponível não ter dado para aprofundar todos os níveis e áreas interessantes, foi bastante proveitosa a nossa visita a um ambiente de laboratório tão imersivo como este, em que tivemos a perceção da aplicação dos nossos conhecimentos em contextos reais.
Inês Baleiras Santos; Afonso Pereira Lopes 11º C – 19/10/2022